XXIV Nota - Êxtase . Sopro único Dihigó
por Jake De, segunda, 11 de outubro de 2010 às 12:16

meu amor está aqui comigo, dentro de mim.
me lambuzo de prazer todos os dias.
incontível.
e pra que conter?
Eu, grávida estou
De Maria.
De Maria!
Grávida do Prazer de Maria!
Do Gozo de Maria
No meu Corpo no meu Ser!
De Maria que me lambuza de Prazer!

a liberdade da mulher é o orgasmo.
o poder da mulher é sua liberdade.
o orgasmo é o poder da mulher.
falo de quem sou e de quem sei.

segunda-feira, 29 de julho de 2013

MARCHA DAS VADIAS

ONTEM ERA ASSIM:



que a dor, a violência e o desrespeito virem performances, assim temos a chance de que sejam apenas performances.





arrebentam montanhas seculares por dinheiro, florestas são devastadas, povos chacinados, por favor, vamos deixar as pessoas dramatizarem a violência da moral de instituições religiosas que nos oprimem há milênios, 1700 anos de escravidão, assassinatos e violência em nome de "deus", enquanto a realidade cotidiana que sustenta esse "deus" produz a dor e a miséria.
quero acreditar que para cada santo quebrado e dessacralizado tenhamos uma criança a menos sofrendo abuso e violência sexual. a relação parece absurda, mas pode não ser se pensarmos que o abuso e violência sexual só acontece pelo silenciamento forçado. essas atrizes que realizam performances nas ruas estão gritando a violência que sofremos. a arte da dor vem da dor. e vem convulsiva. respeito às pessoas que rompem o silêncio opressivo com o próprio corpo. meu respeito e admiração pela coragem dessas mulheres, me sinto protegida por elas. que estejam protegidas e que sejam respeitadas.
 peço apoio, amigas e amigos, para a Marcha das Vadias, Somos todas vadias. pecado é a hipocrisia, a miséria, a corrupção, o desrespeito, o abuso sexual contra mulheres e crianças. consideremos a dor cotidiana que enfrentamos: essa performance é catártica, é uma explosão contra a opressão que não suportamos mais. liberdade de expressão é paz.
isso não é uma brincadeira, é uma explosão. então, vamos deixar que a dor grite. a violência cotidiana, infelizmente, é infinitamente maior do que qualquer performance pode representar. vamos nos dar a chance de silenciar a dor com o grito.
toda livre expressão é válida. violência não é contra coisas ou símbolos, violência é contra seres vivos. quem violenta o símbolo é a revolta.
texto Jakeline De Souza Guarani Kaiowá e Dudu Pererê
apoio e pesquisa de imagens: Duda Cruz
Foto da Marcha das Vadias de Adalberto Gomes
uma resposta para uma pessoa que "não gostou" da performance:
e a campanha para proibição do aborto, o que é? e as campanhas contra a anticoncepção, o que é? e as campanhas contra a homossexualidade, o que são? e os 1700 anos de abuso e violência , e OS ESTUPROS NAS ESQUINAS, E OS ABUSOS DE CRIANÇAS, E A PROSTITUIÇÃO? O QUE VOCÊ SUGERE QUE FAÇAMOS??? DIGA!!! QUER FIQUEMOS QUIETAS, MUDAS ESTUPRADAS, VIOLADAS, NUMA SOCIEDADE HIPÓCRITA. ISSO É A MAIS LEGÍTIMA EXPRESSÃO DA DOR COTIDIANA, DAS ESCRAVAS SEXUAIS EM BELO MONTE, DAS MENINAS PROSTITUÍDAS. mas, eles pedem perdão pra "deus"??? e nós, nós abominamos o ABOMINÁVEL e só.

quinta-feira, 7 de julho de 2011

mudras



tuas mãos são asas.
inferem vento sobre as brasas.
frescor para o verão.
arrepiam a pele da água.
elevam o corpo ascendidas pelas pontas dos dedos dos pés.
alternam a altura dos sons.
renascida em tuas saias,
meu amor está abaixo do umbigo,
transborda ao coração.
expostas tuas costas,
sou eu,
uma colcha dourada e nua
a cobrir-me em teus ombros,
segura, em tuas mãos:
mudras.

[ao amor, mudras.]

quinta-feira, 30 de junho de 2011

Mundo das Mutações

metáforas recriam a vida.
pra quem não acredita:
falta de poder de criação lhe seja digna.

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Dessulfurização

)__)_)_)_)_)_)_)_)_)))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))

mulheres-di_amantes. quatro carbonos do aço.
Dessulfurização:
FeS + CaO


_)_)_)_)_)_)_)_)_)_)_)))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))
Þ CaS + FeO

sábado, 4 de junho de 2011

não tem explicação


cedemos à ausência de explicação.
não sabemos se ainda voltamos a tentar explicar algo.
não sabemos.
talvez não.
talvez nunca mais.
seguimos, brincando com parábolas da existência
como quem coleciona lápis azuis em tons diversos.
não tem explicação.
não tem explicação.
não tem explicação.
o silêncio nos faz lúcidas
o desejo nos faz vivas.

respirando. amor.

[corpo. carne. noite. inteira. sonho. leste. sol. nascente. de frente. pra mim.]


palavra.
é.
minha.
mulher.
palavra.
sou.
tua.
mulher.


respirando. amor.

domingo, 8 de maio de 2011

a chuva

Lá vem a chuva!
Recolhi lixos humanos das ruas
pra ver a chuva passar
cristalina,
empoçar nos declives,
deslizar no meio-fio,
verter e jorrar

rua-rio

que deságua no mar.