XXIV Nota - Êxtase . Sopro único Dihigó
por Jake De, segunda, 11 de outubro de 2010 às 12:16

meu amor está aqui comigo, dentro de mim.
me lambuzo de prazer todos os dias.
incontível.
e pra que conter?
Eu, grávida estou
De Maria.
De Maria!
Grávida do Prazer de Maria!
Do Gozo de Maria
No meu Corpo no meu Ser!
De Maria que me lambuza de Prazer!

a liberdade da mulher é o orgasmo.
o poder da mulher é sua liberdade.
o orgasmo é o poder da mulher.
falo de quem sou e de quem sei.

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

rio favela do mar

Hoje o amor nasceu lá na favela, a bailarina que vai ser porta bandeira no próximo carnaval sonhou com os braços de um anjo passista que é o seu amor.
hoje as crianças descem do morro pra praia de Copacabana para ver a lua cheia nascer no oceano
hoje os meninos e meninas da favela vão pra Barra velejar, por que eles têm coragem de se entregar pro vento, de se entregar pra força do mar.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

o amor do prazer

A diferença entre ficar grávida de Maria ou de José, existe. Sim, dadas as circunstâncias biológicas, histórias e sociais!!!
Dada a cosmologia da igreja católica!
Eu Grávida estou do Prazer de Maria, que se lambuza de prazer!!!
José, minha doce escritora, é o pai, Jesus é o filho, o espírito santo é a Mulher, é Maria!!!
A Mulher, que é De Maria!
Isso é uma profecia pela nudez absoluta do amor do prazer. Conhece o amor do prazer?
O que sempre aconteceu, mas nada se dizia
do Prazer De Maria.
Jake De Maria!
Paz, Amor e Prazer num só Ser!
Sabedoria.

terça-feira, 23 de novembro de 2010

certas mulheres tem o poder de me fecundar.
ao ouvir suas palavras me ponho a sonhar
meus/seus sonhos
por nove horas,
nove dias, nove meses,
nove anos, nove eras.
o que nasce não é meu,
nem dela.
fica um êxtase no breu.
fica aberta uma janela.

pra Sylvia Araújo:
http://abundante-mente.blogspot.com/

domingo, 21 de novembro de 2010

distribuo por aí
meu olhar
mulher-menina apaixonada
e é sempre a última vez
e sempre nunca mais esteve.

sábado, 20 de novembro de 2010

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

se por um instante os teus olhos não mais puderem mais me alcançar
não insista
desista
de lutar contra o não ser.
a primeira camada é o escuro
a ausêcia da definição do olho na forma, no traço, na cor
a segunda camada é ar úmido e o cheiro da mata
entre nos olhos
exalta, ressalta o calor transpirado da pele da face.
dor mil e dois.
aprendi com eles a enumerar as sensações se isso for necessário
conta pra mim as lágrimas da minha infância
eu seria incapaz de tanto.

to solta. te solta. qualquer dia a gente revira-volta.

anjos
e fadas
asas de queda d'água!
voam
das pedras
ao mar.
continuo!
continuo.
com ti go.
 

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

depois de você
o amanhecer
o sol mais dourado
o sol mais redondo
e gordo do amanhecer.
espero vc renascer.
por que é assim
e dois dias,
uma noite.
duas noites,
um dia.

domingo, 14 de novembro de 2010

*

vi anjos bêbados
com os olhos vazados
boca esfolada
corpo marcado pela dor
dos sentidos sem sentido
entorpecido.
anjos que não brilham
definham amargamente.

que a minha vida
seja um sonho constante
confiante
crescente
até que a morte
eternize em mim
amor e luz

*
Saúdo a Beleza e Poder das Tempestades! Das Explosões que faz surgir Estrelas! Do Fogo! Das Marés! Das Correntezas!
Saúdo a Intensidade do que está além da cosmologia dos temperamentos humanos!
um homem que pra mim já não é homem
encarnou a mulher que eu desejo
das suas mãos, a transpiração que acaricia a tela do computador
seu corpo, meus olhos cerrados na memória do corpo do meu amor
meu deus! que coisa linda ainda que não o queira nunca mais.
ainda que morresse mil vezes naquele instante
pelo desespero da sua falta de cheiro, do seu cheiro apagado
o sentido do tato e do significado
corpo untado com o óleo sagrado da mulher que eu amo.
derramo-me e volto a lacrar o templo da carne nas carnes do Tempo.

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

*
metáforas, para quem acredita, recriam as formas da existência.
para os descrentes, que lhes seja digna a falta de poder de criação.
virem formigas! com uma diferença [por que formigas pensam!]: produzam e reproduzam, reproduzam, reproduzam, reproduzam, até que a escassez de sua capacidade de compreensão vire poesia na sensibilidade de quem cria a poeira que presta corpo às camadas de iluminação.

*
existem formas e formas de poesia
a erudição é predio-fantasma com paredes erguidas pela estupidez das hierarquias das linguagens classificatórias.
se não convence a dor da falta de amor, que convença a decomposição da carne que encarna a falta de amor.
viciados na morte dos cristos, na tortura dos diabos, no êxtase do pecado, no sem respeito, na boca do inferno, na miséria da estupidez. existem os que morrem aos poucos e os que morrem de uma só vez.
vou mergulhar no assunto dos estúpidos do mundo e descrevê-los e evitar encontrá-los uma segunda vez.
vou estar cara a cara com teus monstros, vou trazer às palavras o ódio contido, o amor conturbado, a falta de amor.
vou estar cara a cara com meus monstros e te matar antes que tu me perturbes mais. vou estar armada até os dentes com meus samurais. nosso melhor presente será assistires a tua própria morte e o esquartejamento do teu corpo.
não coloco panos quentes, não tapo sol com a peneira, tenho desejos de vida! Devo te perturbar com isso, a ti e a outras gentes. É o que parece cada vez que ouço tua voz agitada entre o fim e o nada. Pareces oscilar entre acreditar em ti [que pode ser também  acreditar em mim que digo pra acreditares em ti] ou reverberar no tom da constante emergência da falta de paz dos que andam a cultuar as dores no dia a dia e dizem: "Ah, a vida é assim. às vezes pra ti, as vezes é fim, às x prazer, às x sofrer.". E ficam nessa monotonia inconstante como a náusea dos bêbados. E comparam a luz do dia e a escuridão da noite com essa sua falta amor pela vida.
Sim, estou escrevendo para os estúpídos errrantes. bebi o caldo do corpo da formiga morta que invadiu meu mel antes de virar café doce e quente. eu não quiz matar a formiga, muito menos beber a água que escaldou suas formas nojentas alimentadas com fezes e mel.
agora, se queres alçar vôo da margem do livro, mergulha no corpo do texto. tenha coragem para ficar só. só. faça sucumbir todas as gentes da humanidade. não tente demonstrar uma esperança se do lado de dentro o que está é o desespero.
da minha parte, tenho coragem de me consumir com fofocas mesquinhas. a transformação é minha. a diferença não está no contexto, mas no modo como reescrevemos o texto.
já falei algumas vezes do poder de transformar o passado, o futuro e o presente no presente. mas, vc não houve, não entende, não é capaz de realizar. é preciso ser para saber! não existe a manipulação do conhecimento. o raciocínio é um  ser que se dirige emocionado. se o teu coração está perturbado, a falta de noção de consome e atropelas a cada movimento o que segura os diques dos tormentos para te ultrapassá-los.
burros, burros, burros!!! todos os que lamentam suas dores! meu deus, burros. vou agarrar a crosta da terra com os dedos enfiados nela e saculejar essa gente do mundo.
eu não tenho medo da falta de palavra. burros, burros, burros por esconder o que se deve dizer. burros por não acreditar. burros por não esvaziar a dor. burros por não vomitar o porre da noite anterior. burros por correr atrás dos alfinetes distraídos e se espetar neles. burros por classificar as diferenças. burros por não serem felizes no paraíso. Burros amanhecem Emburrados. E adormecem cansados por ter sido nada do que lhes possa satisfazer.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

*
sai sangue do meu corpo
segundo dia
primeiro dia inteiro.
porque sai de mim?
desce quente, aquece
*

Yemanjá
é o meu amor
pelo Mar

*
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**
*

"La lune s'est voilée" dorothy p.


*
*


Je
tiens
le Dè.

Jake De L'au-mar.

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XXIII Nota - Marfim (título provisório)

por Jake De, domingo, 10 de outubro de 2010 às 18:52


Reverencio  Miřio
Transcrita D' antepassado de D'eus
Ainda que juntos tenhamos ser
Desde as nossas origens
Reverencio Ye’Pá Bahuari-Mahsõ
“Uma Voz que soava
Miřio”
Bebo de seu vinho de Abiú
Fumo de seu tabaco, uhúpo
Benehé, Petã
Como as folhas de seu Ipadú
Visito as fontes de Seu Lago de Leite

Reverencio a Deusa Ye’Pá Bahuari-Mahsõ
E aos Criados por sua Terra e por seu Cosmos
Reverencio aos Humanos Antepassados
E ao presente que nos une
Para Além do Tempo e do Espaço
Reverencio o Tempo e o Espaço
Reverencio a Eternidade

Salve Oxalá, Salve todos os Orixás
Salve a Terra, as Mães da Terra e do Ar
Salve as Mães de todo Lugar
Salve a África, Europa, Ásia,
Himalaia
Salve a Terra do Sol Nascente.


Respeitar é o limite do passado triste.


Salve Todos os Pajés, Xapori, Xamãs, Kumuã, Miřio, Yaiwá,
Somos: O Oriente do Oriente
Somos: O Ocidente do Ocidente
Reverenciar, Amar, Cantar, Entregar-se

Dignificar, Exaltar
amplia, procria, estende, invade.

Exala em mim o cheiro do amor Cor de Marfim.


*A citação é da Mitopoética de Séribhi Teonari-Kumu, Gabriel dos Santos Gentil, no livro Mito Tukano Quatro Tempos de Antiguidades Histórias proibidas do Começo do Mundo e dos Primeiros Seres, Züriche, 2000. 
*

ah nossa mãe
ah nossa flor mais bela
ah nossa pai
ah nosso único rei
serve de amor aos meus servos
meus servos lhes servem de rei

*
tudo começa
como se o mar fosse tudo.
começa tudo
como se amar fosse tudo mar de amar.

*

a'mar

en

ti

*

Jake De L'au-mar

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Carta de D'eus pra Gil

Carta de D'eus pra Gil:

eu posso lamber o chão por amor
posso comer o pão que o diabo amassou
posso amar os pés do diabo
posso fazer uma praça num castelo suntuoso
e posso não querer falar com Deus
que exige tanta coisa
que não senta comigo no chão
que nao fala como se fosse menino, ou homem, ou mulher
que fala como se não tivesse nada com isso
que exige, impõe o mal tamanho, o ver tristonho
o ser medonho
que me condena à dor.
*

advindos do céu dizem: "Deuses!"
a falta de amor diz: "Eles"

*
amor nosso que nos sustenta a existência
santificado seja o nosso nome
venha a nós os nossos êxtases e plenitude
sejam vivos os poderes de nossos 'sonhos'
em todo o espaço de tempo e lugar
corpo nosso de carne e eternidade
seja ventre fértil para nossa confiança
compartilhe-mos nossa fartura
assim como desejamos sua realização
vigorai para sempre a vida humana
e abençoai sua sacralização.
broto de coração apaixonado.
primeiro amor.
mãe.
amor primeiro.
apaixonado coração de broto.

terça-feira, 9 de novembro de 2010

XXXVIII Nota

.


entra comigo no templo mais sagrado



mata o pecado

a inveja, a ignorância

no lugar do sofrimento, o prazer

da falta de fé, da falta de tato
da falta de poesia

transmuta códigos genéticos
faz levitar as células do desejo
pulsa no êxtase
o corpo da eternidade
eu sou sua mulher
eu sou sua poesia
sua vida, seus sonhos
eu sou o amor
que o seu amor cria

XXXIX Nota - Do Amor pela Mulher-Poema

*

eu quero a poesia encarnada
eu quero a poesia-eu-e-minha-amada
eu quero a poesia da pele nua
eu quero a poesia da boca face a face
eu quero o corpo da mulher do poema
eu quero o poema do corpo da mulher
eu quero A Mulher



**

quando pensar em mim
canta

*

Saldemos a Ásia, antes de qualquer nação.
Saudemos a China e o Japão
A primeira pessoa da família que falou comigo sobre eu e minha namorada foi a minha irmã no dia da noite em que ela morreu. ela estava comigo e com minha namorada. ela docemente percebeu aquelas duas meninas, duas meninas, duas meninas tão lindas, tão encantadoras, duas fadas duas almad'ouras, duas tão parecidas, quase iguais. eu e minha primeira mulher, Tamira da tâmaras das flores, dos olhos negros e grandes, dos lábios mais lindos, canta, canta, canta, encanta. que voz! cantamos nós, nós três, Maria, Maira De Maria. Depois disso, a minha irmã morreu. e nada mais do que era ela seria eu.
o fim

Imagine algo desconhecido, surpreende. Algo que não seja tangível pelas expectativas.
Essa idéia, do desconheicido, é incrível. Mas, relevamos. e aceitamos o desconhecido com naturalidade no cotidiano.
Sua incomensurabilidade vital nos prescreve: resignação. ainda que isso provoque inquietação. questionamos o destinho que não se revela, que parece não ter saído de nós. de onde terá vindo o destino?
Mas, não estou falando desse desconhecido. O desconhecido que me inquieta não é o mesmo do parágrafo anterior. É o desconhecido que surpreendentemente conhecemos desde o primeiro instante sensível da existência de nossas células.
Queira saber o que é sentir isso.

Por amor eu digo: o que me surpreende é que tudo, tudo é desconhecido, mas nós somos diferentes.
o que surpreende é não nos surpreendermos mais.
conheço o próximo passo, o próximo laço, o próximo abrigo,
e arrisco dizer desse modo pelo testemunho de minha palavra escrita.
não tenho outra forma de registrar o amor
me basta escrever poemas.